FERNANDO NAKAGAWA , CORRESPONDENTE / LONDRES - O Estado de S.Paulo
O Brasil ocupa um modesto 45.º lugar no ranking de 139 países e governos mais preparados para enfrentar riscos globais como a crise financeira, desastres naturais, mudanças climáticas e pandemias. A avaliação consta de pesquisa feita pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) com mais de 14 mil líderes globais e divulgada ontem em Londres.
Na pesquisa, o Fórum Econômico Mundial perguntou a opinião sobre a eficiência de cada governo na gestão - monitoramento, preparação, reação e mitigação - dos principais riscos globais, como a crise financeira e desastres naturais. Com notas de 1 a 7, o Brasil recebeu 4,16 pontos. A nota mais baixa é atribuída aos governos "não eficazes" na gestão de grandes riscos e a mais alta é para governos "eficazes".
O resultado do Brasil na pesquisa é pior que o obtido por outros emergentes, como Chile (10.º lugar, nota 5,2), México (12.º, 5,13), Turquia (18.º, 4,83), China (30.º, 4,51) e Índia (38.º, 4,31). O ranking é liderado por Cingapura, com nota 6,08 e, segundo os entrevistados, o governo mais preparado para os riscos globais. Em seguida, aparecem três países árabes: Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos. A primeira economia tradicional da lista é o Canadá, 5.º lugar e nota 5,41. Alemanha está em 17.º, uma posição atrás do Casaquistão. Reino Unido está em 20.º e Estados Unidos no 29.º lugar.
Apesar de ter nota pior que outros emergentes, o Brasil está à frente - mas não muito - de economias que estão no centro da atual crise: Portugal é 51.º, Espanha ficou em 53.º e Irlanda é o 65.º. A lanterna da lista é ocupada por dois vizinhos: o 138.º posto é da Argentina, com 2,08 pontos, e a Venezuela ocupa a última posição, com 1,68 ponto.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o estágio de avanço de cada economia. Nesse quesito, o Brasil está "em transição" da fase 2 - economia marcada pelo desenvolvimento da produção e qualidade - para o estágio mais desenvolvido possível, a fase 3 - mercados orientados para a inovação com patamar mais elevado de renda.
Futuro. A economia deve continuar sendo motivo de dor de cabeça ao longo dos próximos dez anos. A pesquisa entrevistou mil especialistas e líderes globais sobre os riscos enfrentados pelo planeta, abordando dois aspectos - os riscos de maior impacto e os mais prováveis. Apesar de reconhecer a importância crescente dos problemas naturais - como a água e o clima -, o grupo manteve as preocupações econômicas no topo da lista.
Para os entrevistados, a crise sistêmica profunda continua a ser a principal ameaça global da atualidade. Exatamente como em 2012, o levantamento mostra que o agravamento da crise financeira é o evento mais temido pelos líderes mundiais.
Diante de uma Europa que se arrasta para tentar sair da crise e com os EUA ainda diante de problemas, a preocupação com um eventual agravamento do desequilíbrio fiscal cresceu.
Em paralelo à tentativa de saída da crise, a possibilidade de um agravamento das disparidades de renda no planeta é apontada como o risco mais provável de ocorrer na próxima década. Essa perspectiva já existia em 2012.
Para os entrevistados, essa trinca - crise, desequilíbrios fiscais e renda desigual - ganhou importância e tende a seguir no topo das preocupações. Eles reconhecem que, com esse quadro econômico desfavorável, as atenções sobre mudança de clima acabam sendo "desviadas".
Mesmo com a ocorrência de eventos climáticos traumáticos - como o tsunami no Japão e as nevascas frequentes em grandes cidades dos EUA -, o efeito da emissão de gases e o efeito estufa continuam em terceiro na lista das preocupações entre os líderes mundiais.
http://www.estadao.com.br/noticias
O Brasil ocupa um modesto 45.º lugar no ranking de 139 países e governos mais preparados para enfrentar riscos globais como a crise financeira, desastres naturais, mudanças climáticas e pandemias. A avaliação consta de pesquisa feita pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) com mais de 14 mil líderes globais e divulgada ontem em Londres.
Na pesquisa, o Fórum Econômico Mundial perguntou a opinião sobre a eficiência de cada governo na gestão - monitoramento, preparação, reação e mitigação - dos principais riscos globais, como a crise financeira e desastres naturais. Com notas de 1 a 7, o Brasil recebeu 4,16 pontos. A nota mais baixa é atribuída aos governos "não eficazes" na gestão de grandes riscos e a mais alta é para governos "eficazes".
O resultado do Brasil na pesquisa é pior que o obtido por outros emergentes, como Chile (10.º lugar, nota 5,2), México (12.º, 5,13), Turquia (18.º, 4,83), China (30.º, 4,51) e Índia (38.º, 4,31). O ranking é liderado por Cingapura, com nota 6,08 e, segundo os entrevistados, o governo mais preparado para os riscos globais. Em seguida, aparecem três países árabes: Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos. A primeira economia tradicional da lista é o Canadá, 5.º lugar e nota 5,41. Alemanha está em 17.º, uma posição atrás do Casaquistão. Reino Unido está em 20.º e Estados Unidos no 29.º lugar.
Apesar de ter nota pior que outros emergentes, o Brasil está à frente - mas não muito - de economias que estão no centro da atual crise: Portugal é 51.º, Espanha ficou em 53.º e Irlanda é o 65.º. A lanterna da lista é ocupada por dois vizinhos: o 138.º posto é da Argentina, com 2,08 pontos, e a Venezuela ocupa a última posição, com 1,68 ponto.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o estágio de avanço de cada economia. Nesse quesito, o Brasil está "em transição" da fase 2 - economia marcada pelo desenvolvimento da produção e qualidade - para o estágio mais desenvolvido possível, a fase 3 - mercados orientados para a inovação com patamar mais elevado de renda.
Futuro. A economia deve continuar sendo motivo de dor de cabeça ao longo dos próximos dez anos. A pesquisa entrevistou mil especialistas e líderes globais sobre os riscos enfrentados pelo planeta, abordando dois aspectos - os riscos de maior impacto e os mais prováveis. Apesar de reconhecer a importância crescente dos problemas naturais - como a água e o clima -, o grupo manteve as preocupações econômicas no topo da lista.
Para os entrevistados, a crise sistêmica profunda continua a ser a principal ameaça global da atualidade. Exatamente como em 2012, o levantamento mostra que o agravamento da crise financeira é o evento mais temido pelos líderes mundiais.
Diante de uma Europa que se arrasta para tentar sair da crise e com os EUA ainda diante de problemas, a preocupação com um eventual agravamento do desequilíbrio fiscal cresceu.
Em paralelo à tentativa de saída da crise, a possibilidade de um agravamento das disparidades de renda no planeta é apontada como o risco mais provável de ocorrer na próxima década. Essa perspectiva já existia em 2012.
Para os entrevistados, essa trinca - crise, desequilíbrios fiscais e renda desigual - ganhou importância e tende a seguir no topo das preocupações. Eles reconhecem que, com esse quadro econômico desfavorável, as atenções sobre mudança de clima acabam sendo "desviadas".
Mesmo com a ocorrência de eventos climáticos traumáticos - como o tsunami no Japão e as nevascas frequentes em grandes cidades dos EUA -, o efeito da emissão de gases e o efeito estufa continuam em terceiro na lista das preocupações entre os líderes mundiais.
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