quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Inundadas, calçadas de NY têm até ratos mortos

A cinematográfica Nova York devastada por uma tempestade atraiu ontem centenas de turistas e novaiorquinos para as áreas mais atingidas pelo furacão Sandy, no sul da ilha de Manhattan.

A destruição, visível em praticamente todas as ruas da região, virou cenário incomum. A Folha viu prédios inundados, carros destruídos, árvores e postes tombados, lixo e lama nas ruas.
Havia nas calçadas até ratos mortos, trazidos dos subterrâneos com a força da água. "A destruição sempre fascina as pessoas", dizia a turista francesa Sandy Arnot, que percorria as ruas do South Street Seaport, perto de um dos portos da cidade, na região leste, registrando os estragos provocados pelo furacão que é seu homônimo.

Em dezenas de prédios no centro financeiro da cidade, a água do East River que invadiu as ruas ainda era visível nos lobbys.

A região continuava ontem sem eletricidade e o sinal de telefonia era precário.

Centenas de homens trabalhavam no local, limpando as ruas, bombeando as águas dos prédios, reparando o sistema de eletricidade.

As sirenes de ambulâncias, carros de polícia e dos bombeiros também não pararam durante todo o dia.

A passagem do Sandy deixou inúmeros desabrigados --estima-se mais de 400 mil em toda a cidade. Muitos moradores do Lower Manhattan continuavam a deixar ontem suas casas. "O furacão trouxe muito transtorno, mas o bom de Nova York é que as coisas se ajeitam logo, tem muita gente trabalhando para limpar a cidade", disse o estilista cubano Louis Rodríguez, 51.

No prédio em que Rodríguez vive, a um quarteirão do East River, a água no lobby chegou a 1 metro de altura. Todos os carros na garagem foram destruídos.

Ele deixava o local para se abrigar na casa de um amigo, no norte de Manhattan, pelo menos até o final da semana, quando as autoridades preveem normalizar a situação no sul da ilha.

O músico italiano Sam Hadef, 22, fez sua mudança para um endereço no Brooklyn anteontem à noite, quando o Sandy chegou à cidade.

Como sua companheira de casa, uma enfermeira, precisou ficar trabalhando num hospital em Manhattan, ele acabou desabrigado.

"Achei um ônibus abandonado e passei a noite lá. Tive sorte que era um lugar seguro", disse. "Escolhi um péssimo dia para me mudar em Nova York".

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